sábado, 21 de abril de 2012

Exterior como interesse dos jovens

Ir para o exterior está despertando o interesse de um número crescente de jovens, seja a passeio, ou realizar qualquer tipo de estudo, ou visando o lado profissional, ou pela questão de  passar por um processo de aprendizado pessoal, de viver com novas culturas gerando um grande benefício. Em função disso, o blog reuniu alguns jovens brasileiros que tiveram a oportunidade de viver fora do nosso país e eles contaram como foi essa experiência de conviver com a cultura do outro e como o Brasil é visto com os olhos de quem está lá fora.
Misturado com as expectativas, o planejamento da viagem foi o primeiro passo dado pelos nossos entrevistados."Conhecer mais lugares possíveis em poucos dias e com poucos recursos" foi a estratégia adotada por Matheus Tavares (21). O acadêmico do Curso de Direito decidiu aventurar-se, turisticamente, visitando o Chile, o Peru e a Bolívia. As belezas naturais presentes nesses país também  influenciaram  Tavares na hora da escolha dos países.

Mateus Tavares- Bolívia

Já Bruno Militz (21) acredita que sua ida ao estrangeiro deu-se pelo fato de querer "sair da zona de conforto e deste vício que vivemos diariamente fazendo sempre as mesmas coisas", empresário e  futuro administrador dividiu seu tempo fora do Brasil entre Finlândia, Portugal e claro Alemanha que o motivou ainda mais devido a Oktoberfest.

Bruno Militz - Berlim

 Leandro Marques (23) embarcou para os Estados Unidos com o intuito de "aproveitar o intercâmbio como estágio curricular obrigatório, conhecer um país de primeiro mundo, ter contato com a língua mais falada do mundo e culturas diferentes", o agrônomo destaca sua escolha pelos Estados Unidos por  "ser um país que oferece muitas opções".
Leandro Marques- Hollywood

O acadêmico de História, Thiago Tolfo (23) diz que o objetivo de sua viagem era plural,"a capacidade de expansão do conhecimento de mundo, o que ele tem a oferecer, quais eram as diferenças entre diferentes países e continentes, poder entender e associar comportamentos que podem ao mesmo tempo serem parecidos e como acintosamente diferentes." o jovem  instalou-se em Portugal, com a expectativa de  "mudar o foco dos estudos partindo da possibilidade de estudar numa universidade, na qual os estudos de História fossem amplos, possuindo uma variedade sem limite para o aluno desenvolver as pesquisas, que realmente possa fazer com que seu trabalho atinja um competente rendimento".

Thiago Tolfo - Portugal

As novidades, na chegada, estimulam e dão uma certa dose de prazer. Podemos dizer que no início tudo é festa, pois foram tempos planejando e ter chegado ao destino tão sonhado já é motivo para animação e alegria. Passada a Euforia da primeira etapa, começa o período de adaptação em que percebemos que nem tudo é tão encantador quanto parece. "A adaptação a comida, e seguir o ritmo de outra cultura que você não está acostumado" foram as dificuldades de Militz na Alemanha.  "A saudade da família e dos amigos e a dificuldade de comunicação" foram os problemas iniciais de Leandro nos Estados Unidos. Para Tolfo a alimentação foi um problema que marcou sua adaptação em Portugal, "sentia muita falta de carne boa e barata". Tavares por sua vez, evidencia o "fato de ser um mochilão, as dificuldades eram diárias, mas nada que não fosse previsto e pudesse acontecer aqui(no Brasil)".  Logo em seguida, vem um período inevitável da viagem, a saudade! Por sorte, hoje usufruímos de avançados meios de comunicação. SMS, Facebook, Skype e MSN foram os campeões de acesso para amenizar a falta, principalmente da família, sentida por eles.  


Outro questão destacada é de como o Brasil é visto lá fora. Percebemos diferentes pontos de vistas entre os reunidos. " Eles viam...era a questão turística, praias, culinária, mulheres bonitas, a questão rural como um país forte na produção agrícola e a questão da floresta amazônica como ponto importante" comenta Leandro. Para Militz, nosso país é "visto como um grande país no esporte".  Tavares por sua vez destaca que "O Brasil na América Latina, pelo menos nos países que passei, é visto realmente como potência, embora haja quem critique, é visto como um diferencial em relação aos outros países, ..., a principal figura, com certeza é o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva que é visto com muito mais justiça, em minha opinião, fora do nosso país, como um ídolo". E Tolfo alega " O Brasil é um país bem visto por comportar características que o definem como um povo alegre, acolhedor, carismático, etc, no entanto, em razão de algumas atitudes negativas dos brasileiros, como falta de respeito a cultura e costumes alheios, fazem-se com que os estrangeiros associem o nosso "alegre" a uma conotação pejorativa...  Por via da mídia o Brasil está sendo apresentado ao mundo como um país rico e promitente que em poucos anos irá igualar, ou até mesmo ultrapassar as maiores economias globais, apesar de não transparecer para nós cidadãos brasileiros. sabemos que não é essa realidade".                                                  





Por fim, deixo alguns conselhos dados pelos entrevistados para quem tem o interesse de um aventurar-se no exterior: "Não faça intercâmbio, faça um mochilão, de preferência de mais de um mês" - aconselha Tavares. "Se você procura um sonho, e tem capacidade de fazer um intercâmbio, com certeza é uma oportunidade única e indescritível. Hoje trabalho com meu pai desde meus 14 anos, e não posso ficar tantos meses fora para fazer algo deste tipo, até porque já tenho meu futuro planejado, mas com certeza se eu tivesse neste caminho e tivesse uma oportunidade de estudar fora do Brasil, eu iria porque são experiências jamais esquecidas." observa Militz. "Se tem vontade, fecha os olhos e vai, quando vê você está com os pés lá. Questão da Língua é importante ter uma base antes, facilita bastante na adaptação e comunicação, mas não é motivo para desistir." ressalta Leandro. "Só errando e passando dificuldade é que se aprende, não é fácil, mas no final compensa. Nunca deixe passar a oportunidade de crescer enquanto pessoa e de ter conhecimento de mundo". finaliza Tolfo.